Logo após a realização de uma eleição, as urnas eletrônicas são recolhidas para os Centros de Armazenamento e Manutenção de Urnas Eletrônicas (Camus) em atividade no Ceará – localizados nos municípios de Fortaleza, Limoeiro do Norte, Juazeiro do Norte, Sobral e Itapipoca. Após o pleito, os aparelhos permanecem lacrados até liberação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a fim de que passem pelos ciclos de manutenção preventiva e corretiva.

“Há um contrato neste sentido e são feitas, conforme definição do TSE, três manutenções entre uma eleição e outra”, explica o chefe da Seção de Administração de Urnas Eletrônicas (Urnas) do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), Ivan Alexandre Sampaio Júnior.

Duas dessas inspeções, ele acrescenta, são feitas em ano não eleitoral, geralmente entre os meses de março e novembro. Cada urna é submetida, por quatro horas ininterruptas, ao Sistema de Testes Exaustivos (STE), desenvolvido pelo TSE, que analisa automaticamente o funcionamento de todos os seus componentes.

Depois o técnico de urna faz um teste manual com cada item que compõe o dispositivo, como display, teclado drives e impressora. Em caso de mau funcionamento, um chamado é aberto para uma das duas empresas responsáveis pela manutenção, considerando o modelo do aparelho.

Para a eleição de 2024, segundo o TSE, serão utilizadas no Estado 25.658 urnas eletrônicas, abrangendo as versões de 2013, 2015, 2020 e 2022. O primeiro lote dos 10.731 equipamentos mais atualizados previstos para o Ceará chegaram na última sexta-feira (25).

Manutenção e distribuição

O primeiro ciclo de manutenção previsto para 2023, em Fortaleza, ocorreu de 2 de maio a 31 de julho, compreendendo um quantitativo de 13.153 urnas eletrônicas e a recarga de 2.700 baterias auxiliares (de reserva). Em Juazeiro do Norte, de 9 de maio a 27 de junho, 2.504 urnas foram submetidas aos testes; em Limoeiro do Norte, de 15 de maio a 22 de junho, 1.986; e em Sobral, de 22 de maio a 13 de julho, 2.616. A estrutura de Itapipoca não realizou manutenções no primeiro semestre deste ano devido a obras no local.

Segundo Sampaio, após o fim do último ciclo, geralmente por volta de junho de cada ano eleitoral, o Camu de Fortaleza inicia, no começo de agosto, a distribuição dos aparelhos para as zonas eleitorais do Interior situadas em regiões geograficamente distantes dos centros existentes. “No fim de agosto, todas as urnas eletrônicas já estão distribuídas para os cartórios eleitorais”, garante.

Eleições de entidades

As eleições de entidades ou comunitárias utilizam os equipamentos de modelo 2015. No caso de um pleito de grande porte desse tipo, a exemplo da escolha dos membros dos conselhos tutelares em todos os 184 municípios cearenses, serão distribuídas 6.518 unidades da versão 2020. A votação será em 1° de outubro deste ano.

Vida útil da urna e descarte

Cada urna dura, em média, dez anos. Os dispositivos de modelo 2009, excepcionalmente, foram usados por 13 anos, até o pleito de 2022. Para o descarte da tecnologia, cumprindo orientação do TSE, é feita licitação para contratar serviço especializado. “São obedecidas diversas exigências, não considerando somente a área ambiental”, afirma Sampaio.

São descartadas, além das urnas, as baterias inservíveis, as bobinas de papel vencidas (com prazo máximo de validade de cinco anos) ou de tamanho inadequado para uso futuro, bem como peças dos displays e outros componentes igualmente sem chances de aproveitamento. “Porém, alguns desses itens, por determinação do TSE, são recolhidos para aquele tribunal superior por parte da empresa contratada para o desmanche”, complementa o servidor.

Texto: Gilson Barbosa
Edição: Caio Faheina
Foto: Márcio Lopes

#PraTodoMundoVer

A imagem é um registro fotográfico. Ao centro, há uma urna eletrônica aberta com fios pretos aparentes. Também estão presentes, na foto, duas mãos com luvas pretas, manuseando o equipamento.