A Escola Judiciária Eleitoral (EJE) promoveu, nesta quinta-feira, 19/5, a roda de conversa “90 anos do voto feminino no Ceará”. O encontro aconteceu na sala de sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) e contou com palestra da professora Larissa Almeida Custódio da Silva, mestre em História pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

A roda de conversa, direcionada a servidores e servidoras do Tribunal, foi o primeiro evento totalmente presencial do TRE-CE após o início da pandemia e uma ação comemorativa da 20ª Semana Nacional dos Museus.

A professora Larissa Almeida traçou um panorama da busca feminina pelo direito ao voto, explicando que a luta por esse direito está historicamente ligada à imagem e à atuação das feministas. Ela destacou, no entanto, que "não se pode tentar encaixar um feminismo que se desenhava aqui (no estado) num feminismo de padrão nacional, como era considerado o do Sul e Sudeste(...) havia questões que eram levantadas aqui, como o direito ao divórcio, que, inicialmente, não eram defendidas em outras regiões".

Conforme a palestrante, antes de as mulheres poderem votar, ironia e ridicularização eram artifícios publicamente utilizados para desqualificar tal reivindicação. "Existia o medo real de que as relações sociais se invertessem por completo", pontua.

Mediaram a roda de conversa a coordenadora da EJE, Roberta Laena, e o servidor da Seção de Biblioteca e Memória Eleitoral (Sebim), José Vasconcelos Arruda Filho, Vasco.

Homenagem ao desembargador Haroldo Máximo

Na abertura do evento, houve uma homenagem ao desembargador Haroldo Correia de Oliveira Máximo, falecido na última terça-feira, 17/5. A servidora da Corregedoria (CRE), Águeda Gurgel, trabalhou próximo ao desembargador em diferentes momentos na Justiça Eleitoral e exaltou não apenas o seu perfil de servidor público, mas também a generosidade que lhe marcava pessoalmente. "Todas as vezes em que eu o abordava com alguma situação relacionada não só ao trabalho, mas às pessoas que trabalhavam que estavam com algum tipo de necessidade, ele tinha esse olhar 'Como é que a gente pode ajudar?'".