Ao encerrar o Ano Judiciário de 2025 na sexta-feira, 19 de dezembro, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, projetou os principais desafios para as Eleições de 2026 e ressaltou o papel estratégico dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) na organização, no planejamento e na execução do próximo pleito.

Segundo a ministra, mesmo em anos sem eleições, a Justiça Eleitoral atua de forma permanente, com os 27 TREs, entre eles o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, mobilizados em atividades administrativas, jurisdicionais e de planejamento. Esse trabalho contínuo é decisivo para assegurar eleições seguras, transparentes e confiáveis, afirmou a presidente.

Eleições mais complexas

Cármen Lúcia alertou que as Eleições de 2026 apresentarão um cenário especialmente desafiador para a Justiça Eleitoral e para os TREs, em razão do elevado número de cargos em disputa. Estarão em jogo os cargos de presidente da República, governadores, dois senadores por estado, deputados federais e estaduais, além da possibilidade de consultas populares em municípios.

“Será um pleito extremamente complexo, com um número elevado de votos por eleitor. O trabalho da Justiça Eleitoral, em especial dos tribunais regionais, será ainda mais intenso”, afirmou a ministra, ao destacar a necessidade de planejamento antecipado e atuação integrada entre o TSE e os TREs.

Novas tecnologias

A presidente do TSE disse que a preparação para as Eleições de 2026 envolve planejamento e muito trabalho diante dos novos desafios impostos pelo avanço das tecnologias. Segundo Cármen Lúcia, embora as inovações tecnológicas estejam a serviço da cidadania, também exigem maior vigilância para evitar usos indevidos que possam comprometer a integridade do processo eleitoral.

“As tecnologias são postas a serviço da cidadania, mas também muitas vezes se servem das pessoas. Portanto, o cuidado deve ser muito maior da Justiça Eleitoral para que o voto seja transparente apenas para o eleitor [com a manutenção do devido sigilo], seguro, confiável e que um processo eleitoral absolutamente tranquilo seja garantido para toda a cidadania brasileira”, pontuou.

Igualdade de gênero

Cármen Lúcia informou que o Tribunal julgou 27 listas tríplices em 2025, destinadas ao provimento de vagas da advocacia nos TREs. Dessas listas, já foram nomeados 13 magistrados, sendo quatro mulheres e nove homens. Restam ainda 14 listas pendentes de nomeação.

Neste contexto, mereceu destaque o registro da ministra da aprovação da Resolução TSE nº 23.746/2025, que alterou significativamente os critérios de composição das listas tríplices. A norma aumentou a participação de mulheres e reforçou o compromisso da Justiça Eleitoral com a igualdade de gênero nos tribunais.

A ministra afirmou que todas as ações do TSE são conduzidas em estrita observância à Constituição, às leis da República e às resoluções aprovadas pelo próprio Tribunal, elaboradas a partir da legislação definida pelo Congresso Nacional.

Agradecimentos

Ao encerrar o balanço do ano, a presidente do TSE agradeceu de forma especial o empenho das ministras e dos ministros do Tribunal, bem como o trabalho incansável das servidoras e dos servidores, das juízas e dos juízes eleitorais do país. “Desejo a todos um período de tranquilidade, de alegrias com seus afetos e que nós tenhamos o revigoramento de nossas forças para 2026, ano que será de muito trabalho pela democracia, por este Brasil de hoje e para o Brasil que vier depois”, concluiu.

Na sessão, a ministra exibiu um vídeo, produzido pela Secretaria de Comunicação do TSE, mostrando os números da Justiça Eleitoral.

#PraTodoMundoVer

Na foto, a ministra Cármen Lúcia está no Tribunal Pleno, usando toga preta. Atrás dela, há um painel de madeira e uma cadeira de couro vermelha.